8.6.07

À procura de Richard




Entrevista a Richard Zimler, escritor.

O dia era de sol. Para não chegar atrasado, acabei por ir uma hora antes. O ponto de encontro era na confeitaria Tavi e com o escritor norte-americano Richard Zimler. Com 51 anos, continua a apostar no romance histórico, narrativas de pessoas reais e inventadas.
Em Setembro próximo, sai o último romance "A Sétima Porta", uma história que nos leva a Berlim dos anos 30.
Começo este projecto de jornalismo mais pessoal pelo Richard, porque desde a última entrevista, em Lisboa, a propósito do livro "Goa ou o Guardião da Aurora", ficaram muitas questões por responder. Além disso, gosto imenso da escrita deste homem que trocou São Francisco pelo Porto. Uma entrevista, que pode dar a conhecer novos aspectos de um delicioso escritor empenhado em entender o presente através das histórias do passado.


Richard Zimler, está há dezasseis anos em Portugal. Já se sente português, depois de se ter nacionalizado? [Richard Zimler é cidadão português desde 2002].

Boa Pergunta. Sou cidadão português de facto, e como não há cidadãos portugueses de segunda, eu penso que sou um português como qualquer outro. Eu penso que sim, embora o conceito europeu de cidadania europeu ser completamente diferente do americano. Ou seja, nos Estados-Unidos um boliviano, um peruano que consegue a cidadania há cinco minutos é tão americano como George Bush, ou como alguém que vem da famílas do May Flowers, como os puritanos. Na Europa não é bem assim! Depende de quantas décadas e séculos a sua família viveu naquela cidade, ou naquela terra. Prova disso é o facto de eu não ser considerado um escritor português. Sou considerado um escritor estrangeiro, que é uma situação híbrida e curiosa para mim. Não sou pessoa de ficar chateado, mas tenho a nacionalidade portuguesa e não sou escritor português, porquê? Porque não escrevo em português? Então ser português tem a ver com a língua e não com a cidadania? Eu não concordo com isso.

Como é que chega a Portugal?

É muito fácil. Em 1978, em Dezembro, conheci um cientista português chamado Alexandre Quintanilha. Na altura ele estava a fazer um pós-doutoramento na Universidade da Califórnia e conheci-o num café de São- Francisco e, apaixonei-me por ele e ele, felizmente, apaixonou-se por mim. Desenvolvemos uma relação, que ainda hoje mantemos, depois de quase 29 anos. Aqui começa a minha ligação a Portugal, apesar de ele ter nascido em Moçambique.
Em 1989, um dos meus irmãos mais velhos faleceu com complicações de HIV-Sida. Eu tinha acompanhado a doença dele durante vários anos e nos últimos dois, as coisas começaram a ficar muito complicadas e difíceis. Quando ele morreu no dia 6, de Maio, de 89 eu fiquei bastante traumatizado. Não só por nós sermos muito íntimos, mas por haver uma sintonia de identidade com ele. Eu cresci com ele no mesmo quarto.
Quando ele morre eu começo mostrar alguns sintomas de doença mental. Por exemplo, lavava as mãos milhares de vezes ao dia, sintomas de stress. Eu tinha estado anos a lidar com a doença, com a família, os amigos, os médicos, no final, eu era o gerente do meu irmão.
Nessa altura o Alexandre disse-me que, se calhar era melhor a gente mudar para Portugal, para começar de novo, num sítio onde ninguém falasse de SIDA. Porque na Baía de são Francisco era impossível, porque foi lá que mais cedo se sentiu os efeitos da SIDA e havia uma nuvem estranha por cima da cabeça de toda a gente: heterossexual, homossexual, homem, mulher, pais filhos.
Mudamos em Agosto de 95, felizmente, para começar de novo.

E conseguiu, de facto, começar de novo?

Às vezes, eu digo que Portugal salvou-me a vida! Não era um gesto particular de uma qualquer pessoa em Portugal, era o facto de eu sair de uma situação insustentável, para um sítio, onde tudo estava mais ou menos calmo. A minha adaptação foi difícil, os primeiros anos foram muito difíceis. Ainda não estou completamente adaptado, por isso é que eu digo “entre aspas” que foi muito difícil o choque de culturas, relações pessoais com outras pessoas, em termos de trabalho, porque entretanto eu comecei a ensinar na Escola Superior de Jornalismo, ou seja, tudo isso ajudou-me a perceber (eu era muito provinciano, apesar de achar que não), que as pessoas de um outro país podiam pensar coisas completamente diferentes sobre as coisas mais profundas como a morte, a vida, solidariedade, tolerância, intolerância, crueldade, traição, amizade. Eu quando cheguei a Portugal eu não percebi logo as acções, os gestos, a maneira como eles lidavam com os colegas da escola, sobre tudo…

Disse até numa entrevista que o que mais o chocava era os portugueses não revelarem o seu intimo nas primeiras abordagens?

O português é muito mais fechado que o norte-americano, para melhor ou para pior, não estou a criticar. Mas isso fazia parte da minha maior dificuldade inicial. Na América as pessoas são muito informais, depois de o conhecerem vão-lhe dizer tudo sobre a vida, que ele tem herpes, que a mãe lhe está a chatear a cabeça, que perdeu o emprego e que quer um trabalho noutra coisa. Bom, ele vai contar tudo o que é muito chato, mas o português não diz nada, fala facilmente da arte, da política e do desporto, mas sobre o que ele pensa, o que está a sofrer, alegrias, paixões, não, disso não diz absolutamente nada. Penso que a próxima geração, as pessoas mais novas estejam a mudar.

Mais informais?

É, mas foi muito difícil, porque com a minha formação de norte-americano eu não consigo ainda hoje, estabelecer uma relação de amizade real, sem falar das minhas coisas intimas, e não estou a falar de sexo, estou a referir as dificuldades que eu tenho, as alegrias, as tristezas, de tudo. Eu não consigo falar de política e estabelecer uma relação íntima, ou de desporto, é impossível.
Em termos de relações superficiais também foi muito difícil, porque quando um picheleiro diz "sim", ele se calhar quer dizer "não". Ou seja, -“o senhor vai aparecer amanhã às nove para concertar a pia?”, e ele diz -“sim às nove da manhã estou lá”. Às nove ele não aparece, às dez eu ligo e ele está sem tempo e marca para o outro dia. Isso é uma coisa que para mim é incompreensível, eu não sabia lidar com isso, este fazer tudo em cima da hora.
Ainda hoje não consigo lidar com isso e por isso é que recuso trabalhar em equipa, porque eu sei que num grupo de seis pessoas, dois ou três vão meter água.

Nunca foi acusado de ter ficado menos americano, por estar a viver na Europa?

O que me acontece a mim é muito simples e isto pode suar pretensioso, não porque eu falo disto e daquilo, mas sim, por dar a minha opinião de uma forma que pode parecer bizarra.
Só para dar um exemplo, há uns anos queria fazer uma entrevista à Susan Sontag, uma grande pensadora americana, filosofa, péssima romancista, entre parêntesis. Estive com ela e achei as opiniões dela e as reacções dela, pelo menos em relação a mim de um provincianismo total. Ela tinha os preconceitos dos nova-iorquinos sobre tudo. Dos nova-iorquinos dali. Daquela gente sofisticada.
Eu pensei, esta Susan Sontag é uma provinciana. Ela fez-me uma coisa que é super nova-iorquina que é analisar a minha pergunta e as razões pelas quais eu fazia a pergunta. Todos os sítios têm estas coisas. Qualquer pessoa, por mais sofisticada que seja pode cair na ratoeira de ficar presa no seu meio.
São provincianas, porque não tiveram experiência no estrangeiro. Por isso é que eu digo a toda a gente, passa um ou dois anos no estrangeiro, porque vai com certeza mudar as tuas opiniões! Como a célebre frase do Bob Dilan “I was so much older than i´m jouger than that now! Quer dizer que sou mais jovem agora do que há vinte anos, porque tenho mais dúvidas.

É recorrente na sua literatura temas como as migrações, os êxodos, a viagem, sobretudo dos judeus, já terminou a sua fase sefardita?

Acho que não. Acabei de publicar em Inglaterra o quarto volume, daquilo a que se chama o ciclo sefardita, eu digo ciclo, porque não são sequelas, são sim portas onde qualquer leitor pode entrar.

Andam à volta de uma família, certo?

Sim, da família Zarco. O quarto chama-se “ A Sétima Porta” e o livro vai ser publicado em Portugal em Setembro. Não sei se vou escrever um quinto, mas acho que sim, porque o tema ainda me interessa.
Mas eu não cuido muito da minha carreira de forma estratégica, eu escrevo o que sou no momento, o que me apaixona, eu se quisesse ter tido mais sucesso eu planeava tudo e teria planeado tudo de novo e melhor, com uma estratégia comercial.

Diz que começa a escrever a partir do memento em que quer denunciar uma injustiça. É isso que acontece com este “A Sétima Porta”?

Sim. Eu sempre tive ideia, como área de abordagem no futuro escrever ou pesquisar, pelo menos, a esterilização e depois a matança de pessoas deficientes na Alemanha dos anos 30. Uma das primeiras coisas que os nazis fizeram depois da eleição de Hitler em Fevereiro de 33, foi passar leis sobre pessoas de genética inferior. Entre aspas, tudo entre aspas. E isso sempre me interessou muito, porque é sempre muito pouco falado, mas é uma chave para compreender, não só a estratégia dos nazis, mas uma certa mentalidade, que é ainda comum no nosso mundo. Eu sempre estive curioso em relação a este tema, mas eu não sabia muita coisa, tirando as histórias do holocausto.

A ideia é conhecer melhor a história de outros grupos, também eles vítimas do nazismo?

Exacto. Então fiz umas pesquisas e felizmente na última década foram publicados alguns livros muito bons, com alguns pormenores. Porque antes era muito difícil encontrar informações sobre surdos-mudos que foram eliminados, pessoas deformadas, pessoa com epilepsia, pessoas consideradas esquizofrénicas, débeis mentais, muitas vezes, autistas. Hoje em dia toda a gente sabe que uma pessoa autista pode ter uma vida independente. Fiz a pesquisa e comecei a escrever.
Então, o que ficou foi um romance sobre uma família, sobretudo uma jovem de catorze anos que se chama Sophie, que vive em Berlim, nos anos trinta e o que acontece a ela e a um irmão mais novo que é autista.

Foi uma experiência muito importante para mim, porque aprendi muito e consegui, penso eu, abordar um tema muito pouco falado.

Teve que ir a Berlim para fazer pesquisa?

Fui duas vezes a Berlim e consegui, graças à Internet, um guia de 1928, da cidade de Berlim, que tinha mapas e informações sobre hotéis e cafés e restaurantes e teatros. Então eu consegui andar em Berlim e ver no mapa o que estava lá há oitenta anos e o que está lá hoje. E há bairros que não mudaram nada. A família da história vive num bairro que se chama Prenzlauer Berg, que está tal e qual como estava nos anos 30.

Hoje é um bairro "trendy" de Berlim?

Muito engraçado isso. É um dos bairros "trendy". Eu estive lá em 90, logo após a queda do muro de Berlim e estava muito menos na moda e tinha um aspecto pós guerra, muito pobres os cafés, muitos edifícios estavam ainda destruídos. Hoje em dia está na moda. Gosto muito daquele bairro.

Qual é a rua da família da Sophie?

Ela vive na esquina entre Marienburger Strasse e Prenzlauer Allee.
Ainda restam zonas nas periferias do bairro onde vivem famílias que vivem lá há oitenta e tal anos, cem anos, com pequenas lojas, às vezes pirosas com coisas de leste, com preços baixos.
A Sophie vive lá com a família, a escola está ao lado e a Sinagoga está ali, a Reichstrasse Sinagogue, procurei andar por ali percorrendo quilómetros. Como assim os outros bairros, como a zona de Unten den Linden, que era o centro de Berlim nessa altura, a ilha dos museus.

A família é judaica?

Não é cristã, mas o pai começa o romance como comunista. A jovem Sophie também tem aqueles ideais, ela adora o pai, mas vai ficar desnorteada quando logo após a eleição de Hitler em 1933, muda de comunista para nacional-socialista, como centenas de milhares de comunistas, para preservar a vida, evidentemente.
De um momento para o outro o pai recomenda-lhes, vocês têm que esquecer tudo do passado. “Tudo do passado incluindo eu”, diz ela. Então é muito complicado para ela e o irmão e aí nasce o primeiro conflito do livro, porque ela, como quase toda a gente da Alemanha desse tempo, teve que desenvolver uma personalidade pública e uma privada. Ela não podia falar de política, nem com os pais! Então ela acaba por desenvolver uma relação com amigos e vizinhos, mas tudo tem de ser secreto, porque não pode falar disso com muita gente.

Berlim aparece como nova cidade nos seus romances? No último “À procura de Sana”, esteve em Haifa, Bolonha e Paris. Há alguma ligação com Portugal, neste romance?

Sim, desculpe. Eiseck, o vizinho dela, que é fantástico, é alfaiate, mas também místico, é muito amigo dela, é muito mais velho, desenvolvem uma amizade muito bonita, penso eu e ele é um Zarco. A família dele vinha de Istambul, o pai dele casou-se com uma alemã de Berlim, então ele fala um português mais ladino. Fala português, alemão, yidish, daí a sua relação com Portugal.

A sua profissão de professor ajuda-o na criatividade, na procura de novos personagens e situações?

Penso que não. A única coisa que me ajudou no jornalismo é que, como fui treinado para jornalista é um bom instrumento para escrever, e escrever muito e sinteticamente, e fazer pesquisa. Acho que é um bom pano de fundo para qualquer romancista.
A única coisa que me ajudou como professor é que comecei a ficar muito mais à vontade na frente das outras pessoas. Hoje em dia estar numa livraria, num teatro a fazer um discurso sobre a minha escrita ou o meu trabalho, não me põe nervoso.

Que significado é que têm os prémios literários?

Eu tenho poucos e não são muito importantes. É um encorajamento no fundo. Agora eu tenho 51 anos e não sou tão ingénuo como era e sei que muitos dos prémios têm a ver com situações políticas e pessoas que têm lobbys por detrás deles. Eu adorava ter mais prémios, mas nunca vou ter, porque não tenho nenhum lobby por trás de mim. Eu nunca seria apoiado pelo governo português, porque não sou considerado escritor português.
O escritor que não tem o apoio de um governo ou do Ministério da Cultura está posto de lado.

Mas o José Saramago não teve o apoio do governo português e chegou a Nobel?

Mas teve o apoio de uma entidade também poderosa como o partido comunista.
Não estou alinhado com nenhum partido, não quero. Eu não estou a dizer isto com qualquer amargura. Estou muito à vontade com a situação. Depois de alguns anos eu sei que o que acontece com alguns escritores tem a ver com o que acontece nos festivais de literatura.

Portanto não pretende alterar os seus ritmos pessoais?

Às vezes quando fico frustrado. O livro sai e vende bem, o livro sai e vende mal, eu fico frustrado. Se eu conhecesse o editor do New York Times, se eu conhecesse o editor do El País, meteria a cunha e teria mais vendas! Podia fazer mais um esforço para conhecer mais pessoas, ir a jantares nos festivais. Mas eu só tenho uma vida e tenho muito compromissos, tenho de escrever e por outro lado tenho o Alexandre.
Nós escritores, temos essa experiência, de ver os mesmos escritores nos festivais a fazerem graxa aos editores literários. Eles conseguem. Funciona muito bem.

Chamaram-lhe o Umberto Eco português?

Isso veio de uma resenha critica que saiu no Spectator, em Inglaterra, penso eu, um jornalista fez a comparação. Eu acho que “o Último Cabalista de Lisboa” foi publicado numa altura em que havia poucos romances históricos de qualidade e a referência era Umberto Eco, por causa do “Nome da Rosa”. Pela qualidade eu fui comparado, mas hoje em dia temos uma explosão de romances históricos. Eu fico lisonjeado, evidentemente, mas confesso que “O Último Cabalista de Lisboa” tem muito pouco que ver com o “Nome da Rosa”, para melhor e para pior.

Há alguma personagem que tenha vindo ter consigo mais tarde, depois de terminado o livro?

Sim. Bom, eu tenho uma vantagem em relação ao leitor, porque depois de fechar a última página infelizmente, tem de continuar a vida sem os personagens. Eu não, eu posso continuar a sonhar em “Meia-Noite”, que foi um personagem que me marcou muito, ou neste a “Sophie”. É uma vantagem, porque posso pensar o que é que o “Meia-Noite” diria nesta situação. Posso continuar a pensar que ele é um ser vivo.

Escreve originariamente em inglês, depois fazem-lhe a tradução para português?

Sim. Um tradutor profissional, escolhido pelo editor, faz a tradução. Eu faço uma revisão muito cuidadosa e também tenho um amigo meu, que faz uma revisão e a minha editora Maria Piedade Ferreira, faz uma revisão também. Temos três revisões, porque senão o livro sai com muitos pequenos erros e alguns erros grandes. Todos os livros que estão nas livrarias em que o tradutor não consultou o escritor e o escritor não domina a língua, saem com imensos erros. Então eu penso nos meus livros publicados em polaco ou em russo, meus deus!

Que escritor português gostaria de entrevistar?

Gostaria de voltar a entrevistar o Al Berto, numa viagem ao passado. Conheci o Al Berto em 1995, porque foi ele que foi escolhido pela minha editora para apresentar “O Último Cabalista de Lisboa” e fez uma apresentação magnífica. O meu português na altura não era tão bom e eu não aproveitei essa nossa relação. Eu perdi essa oportunidade pela minha timidez.

Que escritor americano gostaria de entrevistar?

Eu acho que seria muito interessante fazer uma entrevista a Philip Roth, não tanto pela literatura, mas sobre política.

3 Comments:

At 5/2/09 08:43, Anonymous Anónimo said...

André, gostei muito da sua entrevista a Richard Zimler, sou perfeitamente obcecada pelos seus livros, que já li todos. É importante conhecer a vida e experiência de uma pessoa que tanto se admira Obrigada
Zelinda Castanheira
05-02-2009

 
At 17/11/10 06:25, Anonymous Ana Domingues said...

Boa tarde, parabéns pelo blogue. Só para dizer que encontrei duas gralhas na transcrição da entrevista. Na resposta 6 "pode SOAR pretensioso" e 14 "Não VÍRGULA era cristã", salvo erro. Cumprimentos, Ana

 
At 23/2/11 06:06, Anonymous Ana F. Gomes said...

Encontrei esta entrevista por acaso, estando á tentar saber se tinha saído mais algum livro de Richard Zimler. Achei estranhíssimo que, sendo uma entrevista de 2007 não tenha comentários.É uma entrevista interessante. Penso muitas vezes, como Zimler, na dificuldade que nós, portugueses (europeus?), temos de ser mais intimos quando estabelecemos relações.É uma dificuldade que entendo, por um lado, mas que é estranha por outro. Há pessoas que partilham horas e horas da vida umas com as outras durante anos a fio e não sabem nada daquilo que realmente são.E achei muito interessante a noção de provincianismo dos novaiorquinos, de que Zimler fala.O provincianismo é sempre centrarmo-nos no nosso umbigo e um umbigo novaiorquino é tão umbigo quanto outro qualquer!Gosto imenso de Richard Zimler. E para mim ele é um escritor português, embora seja também um escritor do Mundo, significando que aquilo que escreve é universal. Estou sempre à espera de um novo livro. Muitas vezes penso que deve ser algo angustiante para os escritores, esta avidez dos leitores por novos livros!Este coment
ário é apenas o reconhecimento por um momento agradável, que foi a leitura desta etrevista. Ana F. Gomes

 

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